segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mandiocultura tem potencial para entrar no mercado externo

Para oficializar o Dia Nacional da Mandioca, atualmente tramita na Câmara Federal um projeto de lei de autoria do deputado federal Fernando Melo

No último dia 22, comemorou-se o Dia Nacional da Mandioca. Cozida e frita, farinha torrada, pãozinho francês e massas em geral, o alimento, comprado no mercado ou plantado em casa, é uma das principais fontes de carboidratos de uma parte significativa da população brasileira. A alta produtividade em relação a outros alimentos, condições naturais e a flexibilidade da época de colheita fazem do Brasil o segundo maior produtor do alimento no mundo, com 12,5% da produção mundial.

Criada pela Embrapa em 2007, a data coincide com o descobrimento do Brasil devido à relevância da raiz, encontrada pelos portugueses logo em 1.500. Para oficializar o Dia Nacional da Mandioca, atualmente tramita na Câmara Federal um projeto de lei de autoria do deputado federal Fernando Melo, do Acre. Estima-se que as atividades ligadas ao cultivo da mandioca e seu processamento gerem aproximadamente um milhão de empregos diretos.

Para o conselheiro da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Ivo Pierin Junior, o setor pode comemorar hoje um consumo interno consolidado.
– Ao contrário da produção, que está estacionada, o consumo mantém-se consolidado e tem potencial para crescer ainda mais. Tudo que o Brasil produz, hoje, é consumido pela própria população – diz.

Hoje, o país figura como o segundo maior produtor mundial da raiz, atrás da Nigéria. A atual produção brasileira gira em torno de 25,5 milhões de toneladas, o equivalente a 60% da quantidade da Nigéria.
Ivo defende maior participação do Brasil no mercado internacional.

– Para atender o mercado externo, precisamos criar um excedente de produção. O Brasil tem capacidade para atender a todas as exigências, como qualidade e oferta constante, basta que se prepare – afirma.
Para Ivo, a mandiocultura é o setor mais democrático.

– Tem mercado para todos, tanto para o grande quanto para o médio e pequeno produtor. Todos têm oportunidade de crescer, diferentemente do que acontece com o feijão e a soja.
Segundo estudo de mercado do Sebrae sobre o setor, o Nordeste é a principal região produtora de mandioca, com 35,9% da produção nacional; o Norte é responsável por 25,2%, e o Sul, por 23,1%.

Consequentemente, os cinco maiores estados produtores pertencem às três regiões: Pará, Bahia, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul. Em termos de produtividade o Paraná atinge um índice significativo (21,4 toneladas/hectare), ficando atrás apenas de São Paulo (23,2 toneladas/hectare).

A produção do Nordeste conta com presença de centenas de ‘casas de farinha’, dedicadas à produção de pequenos volumes, tanto seca quanto d’água. O produto é consumido quase exclusivamente na própria região.

Já a quantidade gerada nas Regiões Sul e Sudeste destina-se predominantemente ao processamento industrial, para a produção de farinha, fécula e outros derivados. Estes são utilizados na indústria alimentícia e em outras aplicações.

AGÊNCIA SEBRAE

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